27/02/2011

127 Horas

Estava muito curioso com um filme que julguei ser muito monótono, com potencial para ser muito pouco para o argumento de um filme: 127 horas passadas dentro de um buraco! 

Surpreendi-me e vi um filme belíssimo, duma história de coragem, de uma beleza fotográfica inacreditável... com um argumento emocionante e muito bem construído.

Recomendo e fico sempre a pensar: o que me prende e me deixa imóvel? Do que é que preciso de me libertar, por mais que me custe? O que preciso de deixar para trás? Afinal, é disso mesmo que este filme se trata!

22/02/2011

Kevin Carter

Hoje veio esta notícia no jornal O Público.


Deve o fotojornalista apenas mostrar a realidade crua através da sua lente ou interferir nela quando a sua consciência assim o exige? Kevin Carter achou que não devia interferir, em 1993, quando fotografou, para o New York Times a imagem de um bebé do Sudão, caído no chão, enquanto no mesmo plano um abutre esperava pacientemente pela refeição. Não salvou a criança e o mundo, que deu o bebé como morto, criticou-o e chamou-lhe a ele próprio abutre. Carter acabou por ganhar o prémio Pulitzer com esta imagem que o perseguiu e o levou ao suicídio aos 33 anos.

Afinal, conta este fim-de-semana o El Mundo, o bebé era um menino, chamava-se Kong Nyong, e sobreviveu ao abutre. Segundo o jornal espanhol a enfermeira Florence Mourin, que coordenava os trabalhos do programa das Nações Unidas para o combate à fome no Sudão em Ayod, o local onde tudo aconteceu, que o menino estava a ser acompanhado, como prova a pulseira branca na mão direita, que se podia ver na fotografia premiada. Uns tinham a letra T nas pulseiras, para casos de subnutrição grave. Outros tinham a letra S, quando precisavam de suplementos alimentares. Kong, que tinha marcada na pulseira a inscrição T3, sofria de subnutrição grave, foi o terceiro a chegar ao centro das Nações Unidas. E sobreviveu, conta Florence ao El Mundo, que foi até Ayod para reconstituir, 18 anos depois, a história daquela imagem.

Kong viveu até 2007, depois morreu de “febres”, contou o pai do menino.

Kevin Carter suicidou em 27 de julho de 1994, na garagem de sua casa. Deixa um bilhete que dizia: “estou a ser perseguido pela viva memória de matanças, cadáveres, cólera e dor…pelas crianças famintas ou feridas…pelos homens loucos com o dedo no gatilho, mesmo polícias executivos assassinos…”

21/02/2011

Procurar... descobrir!


"Eu não procuro. Descubro" (Pablo Picasso)

Uns desistem...
Outros acomodam-se...
Uns desesperam...
Outros sentam-se e esperam...
Uns persistem...
Outros prosperam...
Eu procuro...
Eu descubro!

Vamos ousar a diferença... vamos partir e descobrir?

14/02/2011

A "palavra"...

Contam "os mais velhos", que ha algum tempo atrás, ninguém assinava contratos... "dar a palavra" era suficiente, pois ela era a personificação do carácter, da personalidade, do verdadeiro valor da pessoa "que a dava"...

Hoje, infelizmente, a palavra perdeu-se... perdeu-se para contratos com letras pequeninas, remissões e asteriscos com armadilhas e artimanhas...

Ontem ouvi num programa sobre São Tomé, um santomense a queixar-se das condições da sua terra natal, acusando os santomenses de serem "cada pássaro com a sua asa"...

Não seremos, também nós, pássaros com a nossa asa? Até a palavra se perdeu... dando forma ao dito popular que tanto sentido começa a ter: "quem mais jura... mais mente"!

Parva que sou....


Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
 
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar 


Será que é preciso dizer mais? Esta música é absolutamente o retrato dos dias de hoje... acrescentaria mais uns versos talvez ;-)

09/02/2011

Magia...


Eu não gosto dele, nem pintado de cor-de-rosa, mas a verdade é que é um atleta INCRÍVEL! E esta última brincadeira é fruto de capacidades inatas? Duvido... eu aposto no trabalho, trabalho, trabalho!!

08/02/2011

Educação...

O outro dia, numa conversa entre amigos, contava uma pessoa que quando era criança, dizia querer ser "professora para poder bater nas crianças!". Com tudo o que de "doido" tem este pensamento, a verdade é que hoje, ninguém deve querer ser professor, com medo de "apanhar das crianças"... esta perversão do que é o ensino e o que são as crianças de hoje, deixa-me sempre muito inquieto.
Vejamos o exemplo de uma sala de aula:
  • As crianças já não se levantam quando algum professor/funcionário entra, como forma de respeito;
  • Ter auriculares no ouvido deixou de ser "falta de educação" e passou a ser um bem necessário;
  • Levantar a mão para falar deixou de ser necessário... a anarquia é a melhor forma de comunicar;
  • Primeiro ouvir para depois aprender... quantas vezes isto não acontece?;
  • Onde está a autoridade, por absoluto, concedida a um professor?;
  • Onde está a confiança, por absoluto, concedida a um professor?;
  • O professor deixou de ser o pedagogo, aquele que na Grécia Antiga levava os meninos à escola, repetindo as lições com eles e acompanhado o seu estudo. O papel do professor é, cada vez mais, reduzido apenas ao mero pedagogo-escravo, que tem a "obrigação" de conduzir o menino à escola, mas se não apetecer trabalhar ao menino... não trabalha!!

Podem-me dizer que os professores estão a ficar mais condescentes, mais permissivos, menos autoritários (no bom sentido desta palavra!)... é possível! 

Mas eu acrescentaria: qual é o papel dos pais no meio de tudo isto?

O caminho é longo e sinuoso... mas como "diz a Bacalhau": Há pernas para andar!!