31/01/2010

Gosto de ti Edu...

São poucos os homens que cumprimento com dois beijos... e tu és um deles! Nesta caminhada de Gambozinos partilhámos o meu cajado, as tuas histórias, as minhas loucuras... e os teus sorrisos! Obrigado!

Libertar...

Ninguém pensa que pintar, modelas ou gravar seja património comum da natureza de Homem; e que o sejam igualmente a poesia ou a dança: acha-se que são um um dom, uma genialidade, e além de tudo raros. Olha-se o Renascimento italiano como uma época de monstros, quando na verdade cada um dos homens que nele mais admiramos tinha os mesmos recursos de natureza humana que nós temos. O que aconteceu é que devido a circunstâncias que não se repetiram na História, mas que está hoje em nosso poder fazer repetir, eles puderam ter a coragem de se libertar de limitações, de escrúpulos, de antolhos, e se lançaram à suprema avntura de ser o que eram; nós, porém, deitados num novo leito de torturas, nos cortamos naquilo em que sobramos dos estreitos, inadequados, padrões de outras idades.
Agostinho da Silva

Quantos de nós, aceitamos realmente viver, em vez de andar por aí?

29/01/2010

Invictus

Não querendo fazer deste post um comentário cinematográfico (gostava de ter cultura e conhecimento para tal...), ontem à noite vi o novo filme do Morgan Freeman. Engraçado que só ultimamente tenho ficado fã deste actor e este filme é realmente interessante. Pela mensagem que passa e, claro, pela forte ligação ao desporto!
Com as devidas reservas (porque não se limitou, com certeza, a "apenas isto"), Morgan Freeman consegue mudar mentalidades com um desporto, com ideais, com verdadeiras lições de vida, através de valores universais do desporto, transversais a tudo na vida...
Mas há uma frase que não consigo deixar de recordar, como um dos momentos que mais me tocou. Morgan Freeman (que representa brilhantemente Nelson Mandela), tem uma equipa de guarda-costas exclusivamente negros. Mas, de imediato, percebem que precisam de mais homens... eis que surgem, então, homens da SAS, altamente especializados, mas brancos. O líder da equipa de guarda-costas recusa-se determinantemente a trabalhar com eles e dirige-se a Nelson Mandela:
-"Madiba, ontem eram eles que nos queriam matar, se pudessem... não podemos trabalhar com eles!!"
Responde Nelson Mandela:
-Mas a mudança tem que começar cá dentro... e o perdão, esse, é a maior arma que existe no mundo!

Tolerar...

Eu detesto a palavra tolerar... fico sempre com a sensação que há um sentimento de superioridade aliado ao verbo tolerar! "Eu tolero-te"... não vos soa mal? Ainda mais quando, aliado à superioridade, há um sentimento de impaciência...
Temos pouco tempo para ouvir, temos pouco tempo para estar; não temos paciência para aprender, não temos discernimento para perdoar e reconciliar... estranho, não é? Mas, às vezes para nos "auto-perdoarmos" e nos irmos "justificando" no dia-a-dia por estas faltas, dizemos que vamos aturando, vivendo, suportando, tolerando...
Agostinho da Silva resume isto duma forma perfeitamente genial: "Porquê tolerar? Parece-me ainda pior do que perseguir. No perseguir há um reconhecimento do valor!"

26/01/2010

Habib Koité


Sem dúvida, um dos meus músicos preferidos, do pouquinho que vou conhecendo da música tradicional africana... serena-me, dá-me imensa paz e deixa-me sempre com uma pontinha de saudades, claro! Mas umas saudades boas...

E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida (Machado de Assis)

Hoje, mais ainda depois de ouvir esta música, dá-me vontade de rir...

24/01/2010

Passagem de ano... Poznan - Lubon



Recordações únicas, em Poznan... Passagem de ano e a dança Água Leva o Regadinho, ora pois! Carneiro&Carla Dias no centro, a exemplificarem e toda a paróquia a dançar! Que grande grupo de portugueses, que abanou com aquela passagem de ano!
Saudades... foi bom estar com todos vocês, ontem!

21/01/2010

Enganar e Aldrabar, será o mesmo?

Ora aqui vai uma definição engraçada... porque, de facto, das coisas que mais confusão me faz, é a mentira, o "enganar o outro", aldrabá-lo... e a distinção é interessante!


Aldrabar não é só enganar. É enganar sem o devido cuidado; sem o mínimo esforço. Enganar é nobre, implica um mínimo de esforço e respeito pela vítima: ser enganado não é sinal de estupidez (Miguel Esteves Cardoso)

Tempo, rotinas, monotonia?


Ontem escrevia para mim mesmo sobre isto... é incrível como vejo relógios na rua! Vocês não? Não vos assusta imaginar que tudo tem "um horário", que tudo o que acontece é replicação do que aconteceu no dia anterior? Para mim a rotina não é "assustadora". Quando conseguimos colocar amor naquilo que fazemos, no nosso dia-a-dia, a rotina torna-se perfeitamente secundária... será que alguém se cansa de amar? Duvido...
Mas é incrível que, tendo mais tempo livre do que tinha há algum tempo atrás, sinto que tenho muito menos... e isto é, sem dúvida, perder o "tempo de qualidade"!
Resta encontrar (e procurar, procurar, procurar!) este "tempo de qualidade" no dia-a-dia...
Monotonia é tão diferente de rotina... não acham?
O que a vida apresenta de pior não é a violenta catástrofe, mas a monotonia dos momentos semelhantes; numa ou se morre ou se vence, na outra verás que o maior número nem venceu nem morreu: flutua sem norte e sem esperança (Agostinho Silva)

20/01/2010

São Tomé

Foi muito engraçado "voltar" a São Tomé. Por convite de um professor amigo do gabinete de psicologia da Faculdade de Desporto, onde estudei, fui dar um testemunho sobre a minha experiência em São Tomé, numa aula de segundo ano de mestrado.

Desenvolvimento Positivo era esse o tema... e eu teria que "puxar" para uma experiência pedagógica "diferente" como foi a minha.

Foi saboroso por demais, ver que as pessoas conseguiam ficar presas a fotografias e a olhares, a histórias e a locais, a peripécias e a curiosidades...

Foi bom voltar a São Tomé, por breves momentos... fiquem com a foto da Praia Banana, na Ilha do Príncipe (onde não tive o privilégio de estar).

15/01/2010

Fernando de Noronha

Bem... ontem coloquei no Facebook em jeito de brincadeira... mas a verdade é que o outro dia vi um documentário no Odisseia sobre Fernando de Noronha e pensei: É ALI!
Comprar uma casinha simples... um barco de madeira e viver assim. Da pesca, daquilo que a comunidade naquela ilha vive... será que existem depressões para aqueles lados? E woorkoolics? Gente com ritmos de vida frenéticos? Com horários definidos para tudo e mais alguma e sem tempo para nada???? Duvido!!!!

Fernando de Noronha, no Brasil seria um sítio perfeito... o que levavas? A minha lista é fácil:
-O meu moleskine e uma esferográfica...
-O meu iPod...
-Uma bola de voleibol de praia...

Simples! Alguém quer vir? Por tempo indefinido e sem vôo de regresso!! ;-)

14/01/2010

Quem fala assim... não é gago!

Um dos preconceitos mais conhecidos e mais espalhados consiste em crer que cada homem possui como sua propriedade certas qualidades definidas, que há homens bons ou maus, inteligentes ou estúpidos, enérgicos ou apáticos, e assim por diante. Os homens não são feitos assim. Podemos dizer que determinado homem se mostra mais frequentemente bom do que mau, mais frequentemente inteligente do que estúpido, mais frequentemente enérgico do que apático, ou inversamente; mas seria falso afirmar de um homem que é bom ou inteligente, e de outro que é mau ou estúpido. No entanto, é assim que os julgamos. Pois isso é falso. Os homens parecem-se com os rios: todos são feitos dos mesmos elementos, mas ora são estreitos, ora rápidos, ora largos, ora plácidos, claros ou frios, turvos ou tépidos.
-Tolstoi

Palavras para quê?

12/01/2010

Excepções

Os casos excepcionais são todos os que há no mundo. Cada um de nós, como Homem, é inteiramente excepcional. Não há ninguém igual a cada um de nós em todos os milhões de Homens que existem, nem fisicamente, nem psicologicamente. Tudo é excepção. E todas as coisas que existem no mundo deviam ser excepções aplicadas a esses seres excepcionais. Simplesmente, as condições da sociedade em que vivemos obrigam todos nós a, lentamente, nos irmos parecendo uns com os outros... (Agostinho da Silva)

Não resisti a colocar esta frase deliciosa, depois de ter recebido um livro delicioso, duma pessoa igualmente deliciosa...
Lembro-me do ano de 1999, dos Campinácios. O tema de todos os campos de férias era: "Ousar a Diferença"... talvez um grito para fugir àquilo a que estamos condenados: aos poucos sermos cada vez mais parecidos uns com os outros...

11/01/2010

E depois?

Taizé pode ser, facilmente, confundido com uma "seita", quase "estilo Reino de Deus", que organiza uns "Encontros/Reuniões" mundo fora, para ir cativando as pessoas, para as pessoas irem seguindo a espiritualidade de Taizé que, por si só, é falaciosa... não existe!!

Taizé é, na minha humilde opinião, uma aldeia em França... comunidade fundada pelo Irmão Roger, congregou uma série de pessoas (que futuramente seriam irmãos de Taizé) que perceberam a riqueza de valores absolutamente transversais e universais, para o dia-a-dia:
-Acolhimento;
-Pobreza e simplicidade de vida;
-Paz;
-Harmonia;
-Fraternidade;
-Vida comunitária...

Imaginem o vosso mundo assim, dia após dia... onde todos vivemos em comunidade, onde cada um dá o melhor de si, em prol dos outros: sei cozinhar? Então vou cozinhar... sei jardinar? Então vou tratar de jardins... sou óptimo a cantar? Então vou ajudar no coro...

A diferença (palavra tão densa e complexa) é interpretada duma forma muito simples: é acolhida como riqueza e verdadeira graça!

E sim... em Taizé vive-se uma espiritualidade cristã, ecuménica. Todas as pessoas são convidadas a celebrar (mas não são obrigadas a acreditar) num Cristo que veio à Terra e que, indubitavelmente, arrastou milhões de pessoas, até aos dias de hoje... e é isso que se celebra naquele pedaço de paraíso.

Os Encontros, sim, esses "tais Encontros", são apenas para "aguçar o apetite", são apenas para nos alertar, para nos voltar a colocar num caminho de fé, de esperança, de fraternidade e de acolhimento do outro...

Sim, a verdadeira missão começa depois de cada um de nós chegar a casa... e é essa missão que nos é entregue em cada Encontro, em cada semana em Taizé: sermos mais, sermos melhores, sermos rostos de paz e alegria, sermos acolhimento, sermos felizes...

A fotografia é da estação de comboios de Lúbon, a paróquia onde estive. Há um comboio à espreita... será que o consigo apanhar? O desafio é grande...

10/01/2010

Encontrar...

Foi o quinto Encontro de Taizé, este na Polónia... e a forma como estou nos encontros vai-se modificando... lembro-me bem do primeiro encontro, em Budapeste. Tinha 17 anos, andava no 12º ano... caramba, tudo foi tão diferente! Mas adorei!
Desta feita, em Poznan, acabei por me sentir ainda mais "parte do Encontro", por fui vivendo o Encontro a 100%... pela primeira vez, creio eu!
De todas as coisas que vão ficando, ano após ano, tenho sempre bem presente as famílias que me foram acolhendo. Lembro-me, como se fosse hoje, de cada casa, de cada família, de cada rosto... e Taizé dá-nos esta liberdade de acolhimento única, que aos olhos de muita gente parece impossível...
Em Bruxelas, no ano passado, duma forma completamente inesperada, encontrei "os meus irmãos" do Encontro do ano anterior, em Zagreb. Que alegria... aquela família croata marcou-me verdadeiramente!
Em Poznan, este ano, encontrei a Katarina a representar a família croata... que felicidade! Embora esteja com aquela cara de parvo, a verdade é que foi mesmo bom encontrar uma pessoa da minha "família", duma forma perfeitamente aleatória, em Poznan...

Taizé acaba por ser isto (e muito mais): acolhimento, cumplicidade, genuinidade de sentimentos...

Hoje lembrei-me desta foto e deste momento tão singelo e verdadeiro! Bom domingo!

05/01/2010

Imagens...


Porque há imagens que ficam para sempre e essas, com certeza, nunca poderão ser transmitidas por fotos, fica um pequeno slideshow, para "aguçar o apetite" deste Encontro tão saboroso. Mais pormenores colocarei a seguir, depois do Encontro pousar cá por Portugal!

04/01/2010

Encontro de Taizé - Poznan

Muito teria para escrever... mas ficará para outra altura, porque o encontro, esse começa agora, quando chegamos!
Este Encontro Europeu de Taizé, na Polónia (Poznan), foi verdadeiramente especial... Primeiro pelo intenerário: San Sebestian (Espanha) - Lucerne (Suiça) - Vaduz (Lichtenstein) - Munique (Alemanha) - Praga (R. Checa) - Paris (França)... caramba, que "fartote" de locais maravilhosos!

Mas o Encontro foi mesmo em Poznan, 5 dias repletos de histórias e pessoas maravilhosos... a começar pelas pessoas da Polónia, um exemplo perfeito da hospitalidade e acolhimento. A nossa paróquia (Lubon) acolheu-nos duma forma perfeitamente calorosa, num país gelado, repleto de neve e frio! Foi maravilhoso...

Bem, hoje não irei escrever muito mais... cheguei ontem à noite e hoje não resisti, no meio de tanto sono e cansaço, a colocar uma foto num dos sítios mais importantes do Encontro, o pavilhão das orações, junto de um dos meus ícones preferidos: Jesus e o amigo...

Bom início de 2010 para todos!!!!